sábado, 19 de março de 2011

Cantando na chuva


Gênero: Comédia musical
Duração: 118 minutos
Lançamento: 1952
Produção: EUA
Classificação etária: Livre

Ficha Técnica
Direção: Stanley Donen/Gene Kelly
Roteiro: Betty Comden e Adolph Green
Produção: Arthur Freed
Fotografia: Harold Rosson
Música: Nacio Herb Brown e Lennie Hayton
Montagem: Adrienne Fazan

Elenco:
Gene Kelly - Don Lockwood
Donald O'Connor - Cosmo Brown
Debbie Reynolds - Kathy Selden
Jean Hagen - Lina Lamont
Millard Mitchell - R.F. Simpson
Cyd Charisse - Dançarina
Douglas Fowley - Roscoe Dexter

O filme
    Don Lockwood e Lina Lamont são dois grandes astros do cinema mudo, sucesso garantido de bilheteria. Mas o ano é 1927 e a indústria cinematográfica americana se prepara para entrar na era do cinema falado. O casal é escalado, então, para um filme musical. Com Don, tudo bem, mas Lina, além de não ter talento para cantar, tem uma voz fraca e precisa ser dublada por uma aspirante a atriz, Kathy Selden. É aí que entra o romance considerado por boa parte dos críticos o melhor musical de todos os tempos. Don se apaixona por Kathy e decide fazer de tudo para que o talendo da amada seja finalmente reconhecido e não fique escondido atrás da patética figura de Lina.

Curidosidades: 
  • Ao contrário da grande maioria dos fiilmes, incluindo os musicais, o roteiro de Cantando na Chuva foi escrito após a escolha das canções. Foi a história que se adaptou ao musical.
  • Uma das maiores dificuldades de um diretor de fotografia é fazer com que, em uma cena de chuva, a água seja visível ao espectador. Dependendo da iluminação e do posicionamento da câmera, ela pode "sumir" da imagem, ficar imperceptível. Na famosa cana em que Gene Kelly canta Singin' in the Rain, a chuva artificial não foi feita apenas com água, mas sim com uma mistura de água com leite, o que a tornou mais visível.
  • Além de importante por suas qualidades, Cantando na Chuva também retrata uma das grandes rupturas do cinema: a passagem do cinema mudo para o cinema sonoro.


Algumas possibilidades de trabalho com o filme Cantando na Chuva:
  •  Áreas curriculares: Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza, Ciências Humanas.
  • Sugestões de disciplinas: Arte, Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, História.
  • Tema: Pluralidade Cultural: as diferentes linguagens.
Orientações preliminares: 
     Antes de exibir o filme, é aconselhavél que o professor converse com os alunos sobre os principais momentos da história do Cinema, em especial sobre a passagem do cinema mudo para o cinema falado. Igualmente importante é contextualizar o filme Cantando na chuva, produzido em 1952, com o momento cultural dos Estados Unidos naquela época: a popularidade da televisão, o declínio da frequência ao cinema, a preferência pela comédia musical e por qque este filme é considerado um clássico do cinema.

Atividades:
     Caberia, inicialmente, investigar o conhecimento dos alunos sobre os gêneros dos filmes, para que eles possam identificar qual é o gênero predominante no filme Cantando na Chuva. Para aprofundar os conhecimentos a respeito da história dos musicais, peça para que eles façam uma pesquisa.
     A despeito dos desafios que serão enfrentados com a chegada do cinema sonoro, o roteiro deste filme se resume em montar o primeiro musical do cinema. Pergunte aos alunos quais foram esses desafios. Procure discutir com eles outros avanços tecnológicos: TV P&B / colorida; LP / CD; VHS / DVD, etc.
     Tente estabelecer, junto aos alunos, as semelhanças e direrenças entre cinema mudo e sonoro, concluindo, ao final, se existiu, de fato, um cinema que era totalmente mudo.
     Aos 21min20s do filme, é apresentado o é apresentado o "filme falante" à sociedade da época. Qual foi a reação daquele público? Como as pessoas se reportaram ao "filme falante" e por que o chamaram daquela forma ("o brinquedo"; "isso", etc.)?
     É possível afirmar que existe um forte apelo da linguagem do clown (cenas criadas a partir de um texto escrito influenciado pelas técnicas teatrais) no filme. Escolha uma das cenas que possa ser representativa dessa linguagem e discuta com os alunos alguns aspectos ali apresentados, como: o cenário, a iluminação, a trilha sonora, o figurino, os movimentos corporais, o ritmo das cenas, a posição da cãmera, etc. 
     Além da iamgem da capa do DVD, que outra(s) Imagem(ns) poderia(m) ser representativa(s) do filme? Por quê?
     Com Cantando na Chuva, Gene Kelly reuniu elementos da dança1 e da música no "corpo" da narrativa cinematográfica. Reveja ou relembre, junto com os alunos, alguns estilos de dança que aparecem no filme.
     No dialógo entre Don Lockwood (Gene Kelly) e Kathy (Debbie Reynolds), quando ele cai literalmente no carro da moça, há uma forte discussão sobre o valor do Cinema como Arte e o preconceito, na época, que artistas teatrais tinham dessa nova arte. Pergunte aos alunos: Ainda existe esse preconceito na sociedade? Peça para justificarem suas opiniões.
     Aos 17min13s do filme, Don Lockwood declara: "Nós, estrelas do cinema, temos a glória. Temos de arcar com as pequenas desilusões que vêm com ela. Todos acham que temos uma vida de glamour e romance, mas, na verdade, somos solitários". O que os alunos pensam sobre essa fala? E sobre a exploração, pela mídia, da vida privada dos artistas?
     Nas aulas de Arte e Língua Inglesa, os alunos poderiam escolher uma música da trilha sonora do filme, trabalhar sua letra e ensaiar, em grupo, diferentes coreografias cantadas.
     Divida a turma em grupos e peça para eles elegerem uma cena do filme que mais lhe agradou. A partir dessa cenam peça para os alunos justificarem suas escolhas, por meio de um pequene texto, contendo:
  • Por que foi escolhida essa cena?
     Por fim, escolha um momento histórico importante (nacional ou mundial) e discuta com os alunos qual foi o impacto desse momento no cinema, na dança, no teatro, na literatura e ous nas artes plásticas.
*Caderno de Cinema do Professor 1

1 - Para saber mais sobre teatro e dança na sala de aula, leia os textos publicados no site: http://culturaecurriculo.edunet.sp.gov.br > escona em cena, em especial o texto "Ler a dança em todos os sentidos". de Lenira Rengel. 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Crianças Invisíveis (All the invisible children)

Crianças Invisíveis (All the invisible children)



Gênero: Drama
Duração: 116 minutos
Lançamento: 2005
Produção: Itália
Classificação etária: Livre

Ficha técnica
Direção: Mehdi Charef (África do Sul),
Kátia Lund (Brasil), John Woo (China),
Emir Kusturica (Sérvia e Montenegro),
Spike Lee (Estados Unidos), Jordan
Scott (Inglaterra), Ridley Scott (Inglaterra)
E Stefano Veneruso (Itália).
Roteiro: Mehdi Charef, Diego de Silva,
Stribor Kusturica, Cinqué Lee, Joie Lee,
Spike Lee, Qiang Li, Kátia Lund, Jordan
Scott e Stefano Veneruso.
Produção: Maria Grazia Cucinotta, Chiara
Tilesi e Stefano Veneruso.
Fotografia: Philippe Brelot, Cliff Charles,
Changwei Gu, Toca Seabra, Vittorio
Storaro, Jim Whitaker e Nianping Zeng.
Música: Terence Blanchard, Ramin
Djawadi e Hai Lin.
Edição: Barry Alexander Brown, Robert
A.  Ferreti e Dayn Williams.

Elenco:
Francisco Anawake – João
Maria Grazia Cucinotta – Atendente do bar
Damaris Edwards – La Queeta
Vera Fernandez – Bilu
Hazelle Goodman – Sra. Wright
Hannah Hodson – Blanca
Zhao Zhicum – Song Song
Wenli Jiang – Mãe de Song Song
David Thewlis – Jonathan
Jake Ritzema – Jonathan jovem
Kelly Macdonald – Esposa de Jonathan
Rosie Perez – Ruthie
Andre Royo – Sammy
Qi Ruyi – Cat
Lanette Ware – Monifa

O filme
     Seja coletando sucata nas ruas de São Paulo ou roubando para viver em Nápoles e no interior da Sérvia e Montenegro, o filme é uma junção de sete curtas-metragens em que os protagonistas são crianças que lidam com uma realidade nada fácil, na qual crescer muito acaba sendo a única saída.


Curiosidade
·       Cada curta foi realizado por um  diretor, em um país diferente: Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia e Montenegro, Burkina Faso, China e Estados Unidos.
·       Todos os diretores trabalharam de graça ao realizarem seus curtas para Crianças Invisíveis e parte da renda do filme é destinada ao Unicef e ao Programa Mundial contra a Fome.
·       É muito comum que um longa-metragem seja o resultado do somatório de alguns curtas. Esse é um formato muito usado pela cinematografia de vários países. Entre os exemplos brasileiros vale a pena conhecer o filme Cinco Vezes Favela, com curtas de Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman.





Algumas possibilidades de trabalho com o filme Crianças Invisíveis

·       Áreas: Linguagens e Códigos / Ciências Humanas
·       Sugestão de disciplinas: Arte / História / Geografia
·       Tema: Ética (Direito da Criança, Responsabilidade Social, Valores Éticos).
·       Sugestão de assuntos: Gênero do filme, construção das personagens e situações, aspectos estéticos de cenas/imagens, contexto histórico, matrizes culturais.

Orientações preliminares

     Trata-se de um filme composto por sete curtas-metragens dirigidos por diretores de vários países. Sugere-se, então, que os professores iniciem o trabalho com os alunos apresentando os créditos de cada curta, onde são informados os nomes do diretor e o continente/país em que foi filmado, etc. Ressaltar que foi produzido com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef.
     O filme, por sua temática e argumento, pode ser objeto de análise de professores e alunos em quaisquer das disciplinas, apresentando elementos para o tratamento de temas como moral, moralidade, responsabilidade social, preconceito, solidariedade, etc.
Atividades
     Depois de os alunos assistirem ao filme, a discussão pode ser centrada nos seguintes eixos:
Direitos da criança
     Indague aos alunos o sentido do título do filme, conduzindo a discussão para a análise das condições de “vida adulta” dessas crianças: guerrilheiros, meninos que furtam para sustentar a família ou para sobreviver, autoproteção na ausência da família, trabalho explorado, além da ameaça de perda do exercício do direito à educação. Como referencial para essa análise, apresente aos alunos a Declaração dos Direitos da Criança, que pode ser obtida nesses sites:
·       www.direitos.org.br

Responsabilidade social

     Pergunte aos alunos qual é a crítica que os curtas apresentam em relação aos responsáveis por essa situação das crianças. Reflita com eles que, além dos personagens criados, como o pai e o diretor do reformatório em Ciganos Azuis, a participação dos pais na doença da menina e o preconceito de colegas e da mãe de um deles em Jesus Criança da América, os pais e o receptador em Ciro, os negociadores de Bilu e João e o explorador do trabalho infantil em Song Song, há também uma crítica à sociedade e ao Estado por essa situação de guerra e pobreza. No caso do filme Jonhathann, com a participação do jornalista há o questionamento de que somos cúmplices do sistema quando só nos comprometemos em observar/registrar a crueldade da realidade.
Identificação de valores éticos
     Solicite aos alunos que identifiquem nos curtas as personagens/situações nas quais estão presentes ou não o diálogo como forma de esclarecer conflitos; o respeito mútuo, independentemente das diferenças, a justiça e a solidariedade.
Caracterização do gênero do filme
     Pergunte aos alunos se o filme é uma ficção ou um documentário. Discuta com eles a diferença entre esses dois gêneros, tendo como referência episódios que parecem estar documentado as condições de vida das crianças. Aborde a questão da representação da realidade pelo cinema, que tanto na ficção como no documentário é parcial e subjetiva, e que não há uma delimitação  clara entre esses dois gêneros.
     Questione com os alunos o que há de verdade nesse filme de ficção, relacionando aos gêneros documentário, que documenta a realidade, mas também é uma representação porque há escolhas sobre o que se mostra e como se mostra.
Construção das personagens e situações
     Peça aos alunos que identifiquem a dualidade criança/adulto das personagens. Exemplificando, em Tanza, seu estilingue e lápis escondidos na pedra e a escrita na lousa da escola que ele valoriza, mas vai destruir; em Ciro, o uso que faz do dinheiro obtido no roubo; em Bilu e João, o jogo inventado por eles para minimizar as perdas nos negócios que os adultos lhes impõem. Discuta, também, as perspectivas de vida – promissoras ou não – propostas para as personagens/crianças, em cada episódio.
Cenas/imagens
     Pergunte aos alunos quais foram as cenas que consideraram mais marcantes do ponto de vista da estética da linguagem cinematográfica, e peça para explicarem por quê. Para incentivá-los, o professor pode ressaltar algumas cenas dos curtas, como a final do episódio Bilu e João, com o enquadramento na favela e prédios ultramodernos ao fundo; o salto do menino, caindo de volta no Reformatório, para salvar-se do mundo, em Ciganos Azuis, etc.
Contexto histórico
     Para ampliar a compreensão do contexto onde os episódios ocorrem, organizar os alunos em grupos de pesquisa sobre os temas:
·       África: países africanos que poderiam ter sido cenário do filme (pesquisar os países em conflito na África, origens dos conflitos, o papel dos grupos de guerrilha).  


·       Sérvia e Montenegro: a participação da etnia cigana na formação do país (pesquisar o processo de formação do país, sua composição étnica, a distribuição geográfica no país e a participação política de cada grupo étnico).


·       Brasil: subemprego (pesquisar participação da economia de mercado na economia brasileira e o processo de formação da economia informal no quadro da modernização do país).


·       China: situação socioeconômica da China contemporânea (pesquisar a participação da China na economia mundial e a questão social perante o modelo atual de planificação econômica).


·       Unicef: solicitar uma pesquisa sobre o papel do Unicef no mundo atual.
·       Matrizes culturais: alguns trechos podem ser selecionados para analisar as matrizes culturais presentes no filme e a situação geopolítica da África e da Europa.
·       Pré-roteiro de filme: após a análise do filme, solicitar aos alunos a criação coletiva de uma pequena história que possa, posteriormente, transformar-se no roteiro de um filme sobre uma personagem/criança, em que estejam identificados: localidade, situação social, contexto familiar, desejos e fantasias, com trama e desfecho definidos.
*Caderno de Cinema do Professor 4

sábado, 15 de janeiro de 2011

Arquitetura da Destruição (Undergangens Arkiektur)




Gênero: Documentário
Duração: 121 minutos
Lançamento: 1989
Produção: Alemanha
Narração: Bruno Ganz
Classificação etária: 14 anos

Ficha Técnica:
Direção, produção, roteiro, edição e trilha sonora: Peter Cohen
Fotografia: Mikael Cohen, Gerhard Fromm, Peter Ostlund
Trilha sonora: Hector Berlioz

O filme
     Arquitetura da Destruição está consagrado internacionalmente como um dos melhores estudos já feitos sobre o nazismo no cinema. O filme de Peter Cohen lembra que chamar a Hitler de artista medíocre não elimina os estragos provocados por sua estratégia de sua conquista universal. O veio artístico do arquiteto da destruição tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania. Hitler queria ser o senhor do universo, sem descuidar de nenhum detalhe da coreografia que levava as massas à histeria coletiva a cada demonstração.
     O nazismo tinha como um dos seus princípios fundamentais a missão de embelezar o mundo. Nem que, para tanto, destruísse todo o mundo.



Curiosidades
     Vale ressaltar que Adolf Hitler era, ele mesmo, um apreciador das possibilidades do cinema. Tanto que contratou a cineasta alemã Leni Riefenstahl para realizar filmes de propaganda sobre o III Reich. Leni acabou realizando, entre outros, um dos maiores clássicos do documentário mundioal, O Triunfo da Vontade (1935), onde mostrava convenção anual do partido nazista em Nurembergue, em 1934. Execrável do ponto de vista ideológico e humanitário, o cinema de Leni acabou por se tornar admirável do ponto de vista estético.

Algumas possibilidades de trabalho com o filme Arquitetura e Destruição
  •  Áreas Curriculares: Ciências Humanas e Linguagens e Códigos.
  •  Sugestão de disciplinas: História e Arte.
  • Temas: Ética e Pluralidade Cultural (Regimes totalitários - o nazismo, Segunda Guerra Mundial1, Respeito mútuo, Justiça, percepção da produção artística como forma de expressão).
 
      

Orientações preliminares
     Arquitetura da Destruição é um documento com cerca de duas horas de duração, por isso sugere-se o recorte de momentos considerados de merecido destaque. Aqui se indica o trecho2 do filme que fala da "arte degenerada" (aos 12 minutos) e de um dos trechos em que são mostradas as obras das "Grandes Exposições de Arte Alemã" (por exemplo, a de 1938, capítulo 5, aos 44 minutos).

  

Atividades
     Como sensibilização, exiba a apresentação de Leon Cakoff (extras do DVD), chamando atenção para várias questões, entre as quais o tempo de pesquisa (sete anos) que o diretor Peter Cohen usou para embassar o documentário. Outra questão importante é a visão cruel e distorcida do uso da destruição para a construção de outra sociedade.
    Dando início à sequência didática propriamente dita, apresente aos alunos uma reprodução da tela Guernica3 . Faça com eles a "leitura" e a interpretação da obra4.
     A seguir, exiba os trechos sugeridos do filme, solicitando aos alunos que fiquem atentos à comparação entre as duas visões de mundo representadas por ambas as correntes artísticas. É fundamental que sejam lançadas questões aos alunos:
  • Como são as obras ditas degeneradas?
  • Qual foi a relação feita pelos nazistas entre esta corrente artística e a sociedade em que viviam?
  • E as obras da "Grande Exposição de Arte Alemã", como são?
  • Qual foi a relação estabelecida pelo nazismo entre esta corrente com a sociedade que desejavam alcançar (ordem, limpeza e perfeição)?
     É propício que você, professor, elabore outras questões que julgue necessárias.
     À medida que os alunos forem dando as respostas, anote-as na lousa, pedindo a todos que as escreveram em seus cadernos.
     Solicite que os alunos exponham suas impressões respondendo à questão: Quais são as diferenças entre Guernica e as obras da "Grande Exposição"?
   









  Solicite aos alunos que leiam em seu livro didático6 o texto sobre o período entreguerras e converse com eles, relatando alguns dos fatores que levaram à Segunda Guerra Mundial, sobre seu desenvolvimento e sobre o Holocausto7.
     Peça que falem sobre suas impressões, corrija colocações equivocadas, explique pontos que considere importantes e que não tenham sido mencionados pelos alunos. Em seguida, solicite aos alunos que produzam um texto onde exponham sua opinião sobre a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto, o papel da arte alemã do período e de obras como a de Picasso nesse contexto.
     Como último momento, compare o conhecimento que os alunos tinham no início e o que foi ampliado, ressaltando principalmente a Segunda Guerra Mundial e suas consequências da Arte nesse contexto.

1 Levando-se em conta a estrutura da Proposta Curricular de História, considera-se que a atividade ora sugerida é aconselhada para a 3a. série do Ensino Médio, já que no dois primeiros bimestres há a proposição do trabalho  com os conteúdos aui apontados, temas que permitem o desenvolvimento de habilidades como selecionar, relacionar e interpretar dados e informações de diferentes formas.

2 A despeito da opção pelo recorte do filme, é importante que, dentro das possibilidades, os alunos tenham acesso à obra completa.


3 Tela cubista de Pablo Picasso (1937), que retrata o ataque das forças alemãs à capital da região basca que dá nome ao quadro, sob as ordens do ditador espanhol Franco.

4 Após levantamento coletivo dos elementos que compõe a obra (leitura iconográfica ou formal da obra), trabalhe com questõe3s como (leitura leitura iconológica ou interpretativa da obra): Qual poderia ser o significado da língua em forma de punhal da mãe com o filho morto no colo? (seria uma alusão à dor intensa da personagem, que acaba de perder seu bem mais precioso). O que poderia dizer o cavalo no centro da obra? (representaria o povo espanhol, dilacerado em sua luta). O que faz o touro no canto superior esquerdo? (representaria a brutalidade da situação vivida pela população espanhola em Guernica, representada pelo touro, animal tão caro ao povo da Espanha). E a lâmpada no centro da tela, o que quer dizer? (seria a luz Divina onisciente, mas que permite ao homem exercer seu livre arbítrio?). E por último, a singela flor presente na pintura, o que faz ali? (representaria a esperança que sempre resiste?).

5 Faça-os perceber que são obras totalmente diferentes, pois enquanto a tela de Picasso pretende expor a morte, a destruição e a dor causada pelos nazistas em seu país (a Espanha), as criações presentes nos Salões buscam formar o imaginário do povo alemão pautado na superioridade da raça ariana, nestas obras representadas pela beleza e perfeição, em uma clara contraposição à sociedade "impura", representada por ciganos, portadores de necessidades especiais, judeus, homossexuais e outros.

6 Mas lembre-se de trabalhar de forma a ativar as estratégias de leitura que se aplicam quando se lê (antecipação, inferência, seleção, checagem e decodificação), pedindo que falem o que já sabem sobre este fato antes da leitura, indicando que busquem no texto elementos externos a ele que os ajudem a entendê-lo melhor (títulos, subtítulos, fotos, mapas, gráficos, legendas, etc.), solicitando que relacionem o que estiverem lendo com o que jpa viram nos trechos do filme, na tela de Picasso, em outras leituras e no que já foi discutido e apresentado por você.


7 As imposições presentes no Tratado de Versalhes, a situação vivida pela Alemanha no período entreguerras, o papel de Hitler nesse contexto, a responsabilização dos judeus pela crise alemã.
   *Caderno de Cinema do professor 1

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa)



Gênero: Drama
Duração: 97 minutos
Lançamento: 2007
Produção: Brasil/França/Uruguai
Site oficial: www.obanheirodopapa.com.br
Classificação etária: 10 anos

Ficha técnica:
Direção: César Charlone e Enrique Fernández
Roteiro: César Charlone e Enrique Fernández
Produção: Elena Roux
Fotografia: César Charlone
Montagem: Gustavo Giani
Direção de arte: Ines Olmedo
Música: Luciano Supervielle e Gabriel Casacuberta
Figurino: Alejandra Rosasco
Estúdios: O2 Filmes / Laroux Cine / Chaya Films
Distribuição: César Charlone e Enrique Fernández

Elenco:
César Trancoso - Beto
Virginia Mendez - Carmen
Virginia Ruiz - Silvia
Mario Silva - Valvulina
Henry de Leon - Nacente
Jose Arce - Tica
Nelson Lence - Meleyo
Rosario dos Santos - Teresa
Alex Silva - Gordo Luna
Baltasar Burgos - Capitão Alvarez
Carlos Lerena - Soldado



O filme:
     Em 1988, o papa João Paulo II visitaria a humilde cidade de Melo - que fica na fronteira do Uruguai com o Brasil. Os moradores mobilizaram-se numa série de preparativos para a chegada do religioso. Estimava-se a visita de centenas de milhares de visitantes e os moradores contavam com esse evento para mudarem de vida. Muitos venderam casas, terrenos e outros pertences para comprar carnes, linguiças, pães e afins para abastacer o público esperado com comida suficiente. O filme acompanha principalmente o drama de Beto (César Troncoso) e sua família: ele tem a ideia de contruir um banheiro coletivo para o uso dos visitantes.









Curiosidades:
  • Estrela de César Charlone e Enrique Fernández na direção de longa-metragem.
  • César Charlone, uruguaio de nascimento, contruiu carreira como diretor de fotografia no Brasil. Seu trabalho em Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, acabou projetando-o mundialmente.

Algumas possibilidades de trabalho com o filme O Banheiro do Papa
  • Áreas curriculares: Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens e Códigos.
  • Sugestão de disciplinas: Geografia, História, Biologia, Arte e Língua Portuguesa.
  • Temas: Trabalho e Consumo: trabalho informal, desigualdade social, saneamento básicos, linguagens.
Orientações preliminares:
     Produzido no Uruguai em 2007 e fundamentado em fatos reais, o filme mostra a visita do papa João Paulo II, em 1988, a Melo, uma cidade pequena e muito pobre localizada na fronteira entre o Uruguai e o Brasil. A chegada do Papa é apenas pano de fundo para mostrar a condição social precária dos moradores de Melo, condição essa abordada de forma realista, sem apelações de ordem sentimental. O filme também exalta a esperança e a solidariedade, mesmo em meio à miséria.


    A temática do filme possibilita explorar vários elementos: o trabalho informal (condição dos cargueiros), a manipulação pela mídia (verificandocomo o rádio e a televisão manipulam os números e as notíciass da chegada dos brasileiros à cidade), a pobreza (condição da cidade e dos habitantes), a esperança (momentos em que a fé se confunde com a necessidade de renda e trabalho), a solidariedade (a união em torno do objetivo de construir um banheiro) e a desagregação familiar (nas atitudes de Beto, que não consegue suportar sua condição e por vezes se entrega ao álcool e à violência contra a mulher). Assim, o filme possibilita ampliar o repertório dos alunos para além da estética hollywoodiana, em que predominam estereótipos e o sensacionalismo.
    É importante ressaltar que a participação das diferentes disciplinas, na preparação, exibição e discussões posteriores, é fundamental para a realização das atividades propostas. Assim, aconselha-se que os professores envolvidos possam fazer as adequações necessárias de conteúdo para as diferentes turmas.

Atividades:
     Discutindo...


     O Banheiro do Papa traz à tona o trabalho informal dos cargueiros (homens que atravessam a fronteira com o Brasil para abastecer o comércio local) que, com suas bicicletas ou motocicletas, buscam, em território brasileiro, mercadorias para o comércio local.
     Sugiro que o professor discuta com os alunos as condições de trabalho desses cargueiros, bem como as implicações sociais, econômicas, físicas e emocionais que esse trabalho acarreta para eles e suas famílias. Para tanto, é necessário retomar algumas cenas do filme: como é o percurso entre as duas cidades? Quais são as dificuldades encontradas? Como a corrupção e a exploração aparecem no filme? Quais são as condições de vida desses cargueiros e de suas famílias?
     A partir da discussão do filme, os alunos poderão traçar um paralelo entre a realidade retratada no filme e das cidades brasileiras, destacando semelhanças e diferenças entre essas realidades.

     

Explorando:
     O roteiro de um filme pode ser entendido como "esboço de uma narrativa que será realiizada através de imagens e sons numa tela de cinema ou TV"1 . Assim, nesse exercício, sugerimos um trabalho para explorar a estrutura do filme e entender como se desenvolve sua narrativa, como a fábula é construída e esboçada por meio de seu roteiro.
     Solicite aos alunos que revejam o filme e recontem a história de forma sucinta e ordenadda em forma de escaleta2.
     Explique a eles que cena é "unidade dramática de ação contínua" 3, ou seja, pode ser entendida como um trecho do filme que conta uma parte da história de forma completa; já a sequência "é uma série de cenas ligadas, ou conectadas, por uma única ideia"4.
     O objetivo desse exercício é que os alunos reproduzam, de certa forma, o roteiro que foi utilizado para a filmagem, discutindo os elementos que servem de apoio à narrativa, tais como a locação, as músicas incidentais, os objetos e outros elementos. Eles devem perceber como a narrativa é desenvolvida: quais foram as escolhas do roteirista para narrar a história, como ele hierarquizou as cenas para criar no espectador a visão geral do que está sendo narrado, como os acontecimentos ganharam em significado e quais foram as soluções encontradas para a história convencer o espectador. Após esse exercício, que pode ser feito em grupos, os alunos podem elaborar um roteiro único.

     Problematizando...
     O filme também pode desencadear uma interessante pesquisa com os alunos, uma vez que, pelo título, poderíamos imaginar como seria o banheiro de um papa: gigantesco, majestoso, cheio de ouro. Porém, não é isso que o filme retrata, pelo contrário, a ideia de Beto (protagonista) de montar um banheiro para atender aos visitantes implica alguns questionamentos em relação à infraestrutura da cidade uruguaia de Melo. Dessa forma, é possível orientar os alunos a fazer, em pequenos grupos, uma pesquisa sobre o saneamento básico do entorno da escola ou do município. As diversas fontes de pesquisa seriam a biblioteca da escola, sites, livros didáticos, documentários. O resultado da pesquisa pode ser a produção de um documento retratando as condições desse saneamento. É possível preparar um roteiro de entrevistas ou uma saída a campo para colher imagens e depoimentos. O documenntário pode ser exibido no site da escola ou em outros sites. Mas não se esqueça, professor: sua mediação é fundamental.

Outras sugestões:
     As questões a seguir, depois de pesquisadase discutidas pela turma, podem ser apresentadas de diferentes formas: texto em prosa ou poesia narrativa, letra de música, roteiro de curta-metragem ou de uma peça teatral, e ainda a construção de gráficos, mapas, etc.

  • Como o filme retrata o impacto das mudanças e das consequências decorrentes do final da década de 1980 na América Latina, sobretudo no Uruguai e no Brasil?
  • O trabalho infantil, a profissão, a carreira e o sonho: para desenvolver este tema, sugerimos retomar a situação da personagem Silvia, convocada para trabalhar com o pai como cargueira, abandonando assim o sonho de ser locutora.
  • Discutir o papel da mídia, uma vez que recai sobre os meios de comunidação uma crítica ao espetáculo vazio e ilusório que ela propicia no decorrer da narrativa.
  • Pode-se discutir o conceito de fronteira (Geografia), pesquisando outras situações do mundo onde ocorrem coisas diversas daquela mostrada no filme, tais como entre os Estados Unidos e o México, Brasil e Paraguai, África e Europa e muitas outras, analisando também suas significações e implicações.
  • As relações de trabalho formal ou informal, as condições da mão-de-obra pelo Brasil e o mundo.
  • Os eventos religiosos, sua relação com o comércio desse tipo de acontecimento.
  • *Caderno de Cinema do Professor 4
1 - CAMPO, Flávio. Roteiro de cinema e televisão: a arte e a técnica de imaginar, perceber e narrar uma estória. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
2 - Descrição resumida das cenas de um roteiro, na sua sequência. In:CAMPO,Flávio, op.cit.
3 - REY,Marcos. O roteirista profissional:TV e cinema. São Paulo:Ática, 1997.
4 - FIELD,Syd. Manual do roteiro os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de Janeiro:Objetiva, 1995.
5 - Sites de pesquisa das cidades de Aceguá (BR) e Melo (UR) e de dados sobre o Uruguai:


 

domingo, 19 de dezembro de 2010

Gran Torino




Gênero: Drama
Duração: 116 minutos
Lançamento: 2008
Produção: Austrália/EUA
Site oficial: www.grantorino.com.br
Classificação etária: 14 anos

Ficha Técnica
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk, baseado em história de Dave Johanson e Nick Schenk
Produção: Bill Gerber, Clint Eastwood e Robert Lorenz
Fotografia: Tom Stern
Montagem: Joel Cox e Gary Roach
Direção de arte: John Wamke
Música: Kyle Eastwood e Michael Stevens
Figurino: Deborah Hopper
Efeitos Especiais: Pacific Title & Art Studio
Estúdios: Warner Bros./ Village Roadshow Productions/ Gerber Pictures/ Media Magik Entertainment/ Matten Productions/ Double Nickel Entertainment/ Malpaso Productions
Distribuição: Warner Bros.



Elenco
Clint Eastwood - Walt Kowalski
Christopher Carley - Padre Janovich
Bee Vang - Thao Vang Lor
Ahney Her - Sue Lor
Brian Harley - Mitch Kowalski
Geraldine Hughes - Karen Kowalski
Dreama Walker - Ashley Kowalski
Brian Howe - Steve Kowalski
Willian Hill - Tim Kennedy
John Carroll Lynch - Martin
Brooke Chia Thao - Vu
Scott  Eastwood - Trey
Doua Moua - Spider

O filme
     O aposentado Walt Kowalski é um veterano da Guerra da Coreia. Tem uma vida pacata, dividida entre pequenos consertos domésticos e a cerveja, mas sua rotina é abalada quando passa a ter como vizinhos imigrantes hmong, vindos do Laos. Walt os despreza. A situação se complica quando Thao, seu tímido vizinho adolescente, é obrigado, por uma gangue, a roubar o carro de Walt, um Gran Torino, seu grande orgulho, retirado da linha de montagem em 1972. Walt impede o roubo e com isso se torna um herói do bairro, especialmente para Sue, mãe de Thao, que insiste em trabalhar para Walt como forma de recompensá-lo.

Curiosidades
  • Os atores hmong foram selecionados em comunidades de Detroit, no Michigan; Saint Paul, em Minnesota; e Fresno, na Califórnia. Nenhum deles, com exceção de Doua Moua, já havia atuado em um filme.
  • Foi um dos primeiros filmes a utilizar a nova lei de incentivos fiscais aplicada pelo Estado de Michigan, de forma a atrair novas produções para o local, prática adotada em boa parte do mundo, mas que nos EUA é quase uma excentricidade.
  • A canção Gran Torino é apresentada nos créditos finais, sendo cantada por Clint Eastwood e Jamie Cullum. Esta versão consta apenas do filme, já que na trilha sonora Eastwood foi substituído por Don Runner.
  • Clint Eastwood, um dos mais respeitados diretores da atualidade, começou sua carreira como ator de filmes de ação, principalmente westerns. Menosprezado em boa parte do mundo, foi Jean Luc Godard, um cultuado cineasta francês que abalou o mundo com sua filmografia da década de 60, quem despertou a crítica especializada para o talento de Eastwood.
Algumas possibilidades de trabalho com o filme Gran Torino
  • Áreas curriculares: Linguagens e Códigos e Ciências Humanas
  • Sugestão de disciplinas: Língua Portuguesa, História, Geografia, Sociologia e Filosofia.
  • Tema: Ética, Pluralidade Cultural e Trabalho e Consumo.



Orientações Preliminiares
     Gran Torino é um filme que mostra aspectos da crise econômica e moral da sociedade estadunidense a partir da década de 1970. Além disso, é uma reflexão acerca da xenofobia e da intolerância em relação a outras culturas. Levando-se eem conta tais aspectos, recomenda-se a participação de diferentes disciplinas na discussão deste filme.

Atividades
     Antes de assistir ao filme, oriente os alunos para focarem sua atenção nas personagens (como o diretor as construiu, tom da fala, gestos, olhares, vestimentas). Quais são suas características como personagens?
  • Walt Kowalski
  • Thao (vizinho da etnia hmong)
  • Sue (irmã de Thao)
  • Ashley (neta de Kowalski)
    Verifique com os alunos as possíveis respostas para a questão: por que o filme se chama Gran Torino?




Atividade 1
     Um dos temas centrais do filme discorre acerca da decadência econômica na cidade de Detroit. Assim, o velho Kowalski, um veterano da Guerra da Coreia e metalúrgico da Ford, vive num mundo no qual valores caros a ele se esvaem, tais como hierarquia, respeito, disciplina e trabalho. A relação entre pai e fillhos ou avô e os netos é eivada pelo preconceito, escárnio, interesse material e desrespeito. Note-se que há uma representação da crise do American way of life, por um lado, e, por outro, uma crença nos valores fundamentais da "utopia americana": liberdade, livre-iniciativa, abertura ao outro perseguido pelas intolerâncias. Neste aspecto, o filme é ambíguo: critica a decadência da América - representada pela família arrivista e "nova-rica" do velho Kowalski - mas projeta a utopia da liberdade e tolerância como fundadoras da "América" nos projetos dos imigrantes.
       É interessante notar que o filme pode ser lido como um sintoma das transformações que vêm ocorrendo no mundo do trabalho, mais especificamente as transformações do taylorismo/fordismo para o toyotismo.
     Assim, oriente os alunos para que, em grupo, escrevam um texto dissertativo-argumentativo com o intuito de explicar os fatores da decadência econômica e moral dos EUA, especificamente Detroit. Para tanto é preciso:
  • observar a relação entre Walt Kowalski e seu filho Mitch (vendedor de carros, pai de Ashley);
  • observar a relação entre Walt Kowalski e Thao (especialmente quando passa a ser seu tutor); 
  • observar a relação entre Walt Kowalski e o carro Gran Torino, da Ford;
  • ler textos em livros didáticos de História e de Geografia sobre as mudanças no mundo do trabalho ocorridas a partir da década de 1970;
  • pesquisar, na internet, informações sobre a cidade de Detroit. Seria interessante comparar as transformações ocorridas em Detroit com as que ocorreram no Brasil, principalmente na região do ABC, em São Paulo.



Atividade 2
     O filme aborda questões em torno da xenofobia/intolerância cultural. Kowalski (nome polonês) e seus amigos (barbeiro italiano, irlandeses beberrões, etc.) são imigrantes brancos, mas estão fora do padrão tradicional da etnia fundadora dos EUA: branca, anglo-saxão e protestante (a família Kowalski é católica). Portanto, o filme tensiona os preconceitos dos velhos imigrantes já estabelecidos e aceitos - até por serem brancos europeus, mesmo sem serem Wasp - White Anglo-Saxon Protestant (anglo-saxão branco e protestante) e os novos imigrantes, asiáticos. Os negros têm um papel menor no filme quando aparecem, são mostrados como delinquentes. É um filme que problematiza, para além do "politicamente correto", as questões raciais dos EUA. É importante destacar que a questão racial no Brasil não deve ser pensada nos mesmos termos sociológicos e culturais dos EUA.

      Promova um debate com o intuito de discutir tais questões. Para tanto, peça aos alunos que observer:
  • as características da casa de Walt Kowalski e as transformações, em termos da composição étnica da população, que ocorreram no lugar no qual mora;
  • os termos linguísticos que Walt Kowalski utiliza para se referir aos grupos étnicos diferentes;
  • o diálogo de Walt Kowalski com Sue, principalmente na casa dela, no dia de seu aniversário (capítulos 11 e 12, aproximadamente aos 42 minutos).

Para pesquisar e debater:
  • Peça que os alunos leiam no site Médicos Sem Fronteiras (www.msf.org.br) uma notícia acerca da situação da etnia hmong atualmente.
  • Seria interessante comparar a questão do preconceito na cidade/comunidade onde a escola está inserida, principalmente em relação a pessoas afrodescendentes e de origem nordestina. Peça para aos alunos pesquisarem notícias na internet.
  • Como o filme faz referência às Guerras da Coreia e do Vietnã, proponha aos alunos pesquisarem, no livro didático ou na internet, e registrarem em fichas as informações factuais - o quê, onde, quando e principais características - desses acontecimentos.
  • *Caderno de Cinema do Professor 4
Outro filme: Entre os Muros da Escola. Direção: Laurent Cante, 2008, 128 minutos.