terça-feira, 15 de junho de 2010

A Rosa Púrpura do Cairo





Gênero: Comédia
Duração: 72 minutos
Lançamento: 1985
Produção: EUA
Classificação etária: 12 anos

Ficha Técnica:
Direção e roteiro: Woody Allen
Produção: Robert Greenhut
Fotografia: Gordon Willis
Edição: Susan E. Morse

Elenco:
Mia Farrow - Cecília
Jeff Daniels - Tom Baxter / Gil Shepherd
Danny Aiello - Monk
Irving Metzman - Administrador do cinema
Stephanie Farrow - Irmã de Cecília
Edward Herrmann - Henry
John Wood - Jason
Deborah Rush - Rita
Van Johnson - Larry

O filme

     Em área pobre de Nova Jersey, durante a Grande Depressão norte-americana, Cecília, uma garçonete que sustenta o marido bêbado e desempregado, que só sabe ser violento e grosseiro, foge da sua triste realidade assistindo a filmes. Mas ao ver pela quinta vez A Rosa Púrpura do Cairo acontece o impossível! Quando o herói da fita sai da tela para declarar seu amor por Cecília, isto provoca um tumulto nos outros atores do filme. Logo o ator encarna o héroi e tenta contornar a situação. Assim, ela se divide entre o ator e o personagem.

Curiosidades

  • Ganhou o prêmio Fipresci no Festival de Cannes em 1985.
  • Woody Allen é considerado um dos maiores diretores da atualidade e produziu filmes de grande repercussão, como: Annie Hall, Manhattan e Zelig,entre outros.
  • Além de escrever roteiros e dirigir, Woody allen costuma atuar em seus filmes.
  • A Rosa Púrpura do Cairo é considerada uma das mais belas homenagens feitas ao cinema.
Algumas possibilidades de trabalho com o filme A Rosa Púrpura do Cairo

  • Áreas curriculares: Linguagens e Códigos / Ciências Humanas
  • Sugestão de disciplinas: Língua Portuguesa / Arte / História / Filosofia
  • Tema: Pluralidade Cultural - Metalinguagem e Figuras de Linguagem




Orientações preliminares

     Com A Rosa Púrpura do Cairo, os professores podem trabalhar, a partir da construção de sua narrativa e, também, por intermédio das figuras de linguagem, o deslocamento de situações espaço-temporais, alterações no tempo e no espaço, a mudança de sentido das palavras, usando, por exemplo, figuras de linguagem como a alegoria (uma representação figurativa que transmite um significado outro em adição ao literal), a metáfora (figura de estilo que consiste na comparação entre dois elementos por meio de seus significados imagéticos, causando o efeito da atribuição "inesperada" ou improvável de significados de um termo a outro), e a metonímia (emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles).

Atividades       

     É relevante que os alunos conheçam sobre um dos nomes mais importantes da história do cinema: Woody Allen. Nesse sentido, peça para que eles pesquisem, em diferentes fontes, sobre uma cinematografia, socializando as informações com os colegas. Igualmente importante é apresentar a ficha técnica do filme para os alunos.  
      
     Após terem assistido ao filme, os professores podem promover uma discussão das seguintes questões com os alunos: O que seria real? O que seria ficção? O que seria realidade? E fantasia, fabulação, sonho? É possível nos deslocarmos de nossa realidade? Em que medida? Qual e como seria o "passaporte" para esse deslocamento? Que "figuras de linguagem" podemos reconhecer nesse filme?

Algumas sugestões que podem embasar essa atividade:

     Explorar algumas passagens do filme que mesclam a relação entre aquilo que é real e ficcional; por exemplo, no momento em que o personagem Tom Braxter, de dentro do filme A Rosa Púrpura do Cairo, passado no cinema de Nova Jersey, fala com a cinéfila Cecília - viciada em filmes hollywoodianos. Todo esse debate em torno do reconhecimento de figuras de linguagem pode ser conduzido pelo professor de Língua Portuguesa.

     Trabalhar com a linguagem cinematográfica, discutindo, por exemplo, o quanto, nas artes visuais, artistas também se apropriaram de outras obras de arte para realizar as suas. Nesse sentido, a arte tratando da própria arte como assunto ou tema. Pablo Picasso (1881 -1973), um artista do século XX, por exemplo, faz referência em suas obras a outros artistas do século XVII, como Diego Velázquez (1599-1660). Uma operação que dialoga com a colagem, a apropriação e "citação".

     Trabalhar o período da Grande Depressão nos Estados Unidos, a situação socioecônomica em que cidades como Nova Jersey se encontravam naquele momento histórico: pessoas desempregadas, parques e construções desativadas, ambientes presentes no filme. Além disso, vale a pena discutir com os alunos sobre o papel ambíguo do cinema: escapismo que aliena as pessoas e sonhos diante de uma realidade miserável. Nesse particular, pode ser feita uma comparação com as nossas telenovelas.

     Explorar a ideia de deslocamento via mito da caverna de Platão, a possibilidade de se desprender do senso comum pela arte. Com esse mito é possível que se discuta a diferença entre o conhecimento pautado no senso comum (no qual podem existir enganos) e o conhecimento filosófico, no qual é possível que se perceba o modo como uma falsa realidade pode nos ser imposta.

     Somados, as reflexões sobre as questões discutidas com os alunos e o reconhecimento da possibilidade de fusão entre ficção e realidade, a possibilidade de sonho e de deslocamento num momento real historicamente vivido, da arte na própria arte, sugere-se que os alunos criem uma narrativa, individualmente ou em pequenos grupos, um texto que possa mesclar esses ou alguns desses elementos: a metonímia, as figuras de linguagem, a colagem, apropriação, fabulação, deslocamento (Arte), a contextualização histórica de um período peculiar, ou, ainda, o mito da caverna de Platão.

     Para finalizar, provoque uma discussão com os alunos sobre o filme em questão a respeito de quem viveria mais num mundo de fantasia: o ator (um deslumbrado pela fama) ou o personagem (que é mais crítico do que muitos que vivem na "realidade")?  
*Caderno de Cinema do Professor 1