Gênero: Comédia
Duração: 102 minutos
Lançamento: 2003
Produção: Brasil
Classificação etária: Livre
Ficha Técnica:
Direção: Eliane Caffé
Roteiro: Luiz Alberto de Abreu e Eliane Caffé.
Produção: Vânia Catani e Bananeira Filmes.
Fotografia: Hugo Kovensky
Música: DJ Dolores e Orquestra Santa Massa
Edição: Daniel Rezende
Elenco:
José Dumont - Antonio Biá
Matheus Bachtergaele - Souza
Nelson Dantas - Vicentino
Rui Resende - Vado
Gero Camilo - Firmino
Luci Pereira - Deodora
Nelson Xavier - Zaqueu
O filme:
O filme conta a história de um povoado, Javé. que está prestes a ser inundado e dar lugar à represa de uma hidrelétrica. Os moradores do lugar chegam à conclusão de que a única maneira de impedir a tragédia é transformando Javé em Patrimônio da Humanidade. Para isso decidem transformar as lendas sobre a origem do lugar em um livro. Acontece que a pessoa mais indicada para a tarefa é Antonio Biá, que havia sido banido da cidade por difamar seus moradores através de cartas. Como não há alternativa, a população resolve dar a chance de Biá se redimir escrevendo o livro. E o escrivão passa a ir de casa em casa para ouvir as histórias que estão guardadas na recordação dos moradores de Javé. O problema é que cada um lembra das coisas à sua maneira...
- O filme foi rodado entre junho e setembro de 2001 em Cameleira da Lapa, cidade do interior da Bahia.
- Recebeu prêmios como: melhor filme e melhor roteiro no 30o. Festival Internacional do Filme Independente de Bruxelas, na Bélgica. Ganhou os prêmios de melhor filme do júri oficial e do júri popular e ainda o prêmio de melhor ator para José Dumont no Festivel do Rio 2003.
- O filme surpreende pelos diálogos criativos e pela intensidade de imagens, e também por falar de questões tão importantes como história, memória, língua, comunidade e resistência.
- Áreas curriculares: Linguagens e Códigos/ Ciências Humanas.
- Sugestões de disciplinas: Língua Portuguesa/História/Geografia/Filosofia.
- Tema: Ética e Cidadania (memória/história oral/patrimônio imaterial).
O filme apresenta versões diferentes a origem da cidade de Javé. Qual a versão mais convincente? Por que?
Sobre a responsabilidade de Antonio Biá:
- Qual a difícil tarefa de Bia, levando-se em consideração as histórias orais e a memória do povo?
- Por que Antonio Biá não conseguiu contribuir para que Javé se tornasse patrimônio histórico nacional?
- O que Biá poderia ter feito para transformar a memória do povo em uma história documentada?
Análise do filme:
Biá, ex-funcionário dos Correios, usou de uma estratégia nada ética para se manter no emprego. O que ele poderia ter feito para preservar o Posto dos Correios e seu emprego de uma forma ética e profissional?
O personagem Zaquel, mesmo se auto-intitulando não ser um homem "das letras" (DVD-Cap.X - 06:05min), acha que ler é importante? Por quê?
Segundo Zaqueu, a cidade de Javé "foi quando caiu em cima de nós na maior desgraça que um povo pode viver para ver" (DVD-Cap.X - 06:48min). Que desgraça é essa? E por que ele a classificou como sendo a maior desgraça de um povo?
Segundo o filme, antigamente era comum a apropriação das terras a partir de "divisa cantada". Essa prática acontece nos dias de hoje de forma diferente e com outros nomes. Quais são essas formas e por que acontece isso hoje em dia?
Para os personagens, o que é valor científico?
Pode-se afirmar que a cidade de javé, apesar da sua singularidade, concentra características que se repetem em outros lugares do Brasil e do mundo. O que, de comum, a cidade de javé teria na sua cultura com os outros lugares do Brasil e/ou do mundo?
Por fim, o único registro desse povoado seria a película Narradores de Javé. Em que medida o filme poderia ser um documento de valor científico e/ou cultural desse povoado?
Nas aulas de Língua Portuguesa, entre outras atividades, pode-se:
Rever o Cap. X (21:30min), em que Biá tenta "dar uma mãozinha" na versão de Vicentino Indalécio da Rocha, recontando-a a sua maneira.
- Que tipo de texto Vicentino esperava que Biá escrevesse?
- Que tipo de texto Biá queria escrever?
- Levando-se em consideração que se tratava de um documento, na sua opinião, quem estava com a razão e por quê?
- Qual a diferença entre relatar um fato e interpretar um fato?
Os moradores de Javé utilizam uma linguagem típica da região nordeste. nesse sentido, é importante que os alunos façam:
- uma pesquisa sobre as variantes linguísticas;
- uma análise sobre a variante linguística utilizada pelo povo de Javé.
As frases abaixo foram ditas por alguns personagens eo filme. Peça para os alunos reescrevê-las, obedecendo ao modo como cada um fala, no entanto, sem mudar o sentido das frases:
"... Eu mesmo qui não sô das letras..."
"... Esse lugar véio num vale o que o gato interrra..."
"... A caneta corre assim no papel, sem freio..."
Peça aos alunos para explicarem com suas palavras o que entenderam das frases abaixo, que foram ditas por alguns personagens do filme:
"Eu sô um homem que só consegue pensá a lápis."
"Galinha que muito cisca, encontra cobra."
"quem muito fala dá bom dia a cavalo."
O professor, juntamento com os alunos, pode debater sobre a importãncia de cada uma das variantes linguísticas, considerando os diversos contextos sociais.
Qual destes ditados populares serviria melhor como subtítulo do filme Narradores de Javé e por quê?
- Quem conta um conto aumenta um ponto".
- Em terra de cego, quem tem um olho é rei".
- O povo aumenta, mas não inventa".
- Existem três verdades: a minha, a sua e a que de fato é".
Outra possibilidade de trabalho:
Apresente aos alunos trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha ao El Rei Dom Manoel, onde são descritas partes do Brasil e do povo encontrado aqui.
Peça aos alunos para elaborarem um texto que descreve a seguinte situação:
Se o descobrimento do Brasil tivesse sido registrado a partir das margens da represa do povoado de Javé, como seria a descrição dessas terras, bem como do povo (de Javé)? O texto poderá ser coletivo ou em pequenos grupos de alunos.
*Caderno de Cinema do Professor 1
"Homem primata, capitalismo selvagem"............
ResponderExcluirAssisti a esse filme quando fazia faculdade, sem sombra de dúvidas, um filme muito reflexivo, comovente, imparcial. Mostra mecanismos de corrupção, submissão e políticas públicas a qual não honra nenhum país. "Que país é este???"
Me bate uma tristeza.....................